quarta-feira, 25 de abril de 2018

CRÔNICA DO DIA: 22 DE ABRIL...

22 de abril…
Hoje amanheci refletindo sobre uma frase que li dia desses e que dizia que a história é contada através da ótica dos “vencedores”.
Me peguei pensando sobre isso, principalmente porque hoje comemoramos o “descobrimento do Brasil” e há muitos questionamentos sobre essa expressão “descobrimento”. Como o Brasil poderia ter sido “descoberto”, se aqui já viviam os indígenas? Pensando nessa questão dos “vencedores”, acho que a frase “os portugueses descobriram o Brasil” se aplica a eles, os portugueses, para falar para o povo deles!


Como a colonização impôs o domínio (ou o quase extermínio) português sobre os povos originais, a história passou a ser contada aqui também sob a ótica dos tais “vencedores”.
Para nós, brasileiros, frutos da miscigenação dos povos originais com aqueles que aqui chegaram (portugueses e africanos escravizados), deveríamos dizer que os PORTUGUESES “conheceram”, ou “encontraram” uma terra e seus habitantes lá pelos idos de 1500.
Ainda seguindo com minhas reflexões sobre a questão dos “vencedores”, acho que precisamos pensar melhor e avaliar o que acontecerá no futuro. Sob a ótica do meio ambiente, por exemplo, os indígenas são os grandes vencedores. Ao longo da história, eles deram vários exemplos de como viver em harmonia com a natureza. Porém, ao mesmo tempo, vêm sucumbindo diante da força bruta daqueles que mantém a eterna mentalidade do colonizador, que explora a terra visando apenas o lucro momentâneo.
Se conseguirmos resgatar um pouco do conhecimento, do respeito à natureza e do amor à terra em que se habita, que os indígenas sempre demonstraram, talvez nós, brasileiros, conscientes da sua miscigenação, possamos, enfim, “descobrir” a nós mesmos e nos tornarmos os verdadeiros “vencedores” dessa história.
Vencedores contra a ignorância, contra a intolerância, contra o desrespeito por nós mesmos e pela natureza.
Afinal, somos todos agora brasileiros e não mais colonizados e colonizadores.
Índio Urubu Kapoor, foto de Darcy Ribeiro, no Maranhão, em 1957.

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